sábado, 20 de junho de 2009

Desilusões

Há situações e pessoas que nos levam a acreditar em certas supostas realidades. Chegam mesmo a fazer promessas, e até nos conseguem convencer de que é mesmo verdade tudo aquilo que nos dizem.
No entanto, mais tarde ou mais cedo, há sempre aquele ponto de ruptura, aquele dia, aquela situação específica que nos faz pensar: “será que é mesmo verdade? E todas as promessas são mesmo sentidas?”. Nessa altura, entramos num estado de desencantamento, de desengano e depois instala-se a dúvida… A dúvida de tudo o que foi dito, de tudo o que foi feito. Depois da dúvida, que por si só é já um sentimento bastante destrutivo, vem o sentimento de desilusão.

A desilusão é um sentimento de tristeza, pior, de certa impotência, como já não estivesse nas nossas mãos, do género ‘o mal já está feito e agora não há mais nada que me faça voltar a pensar de forma diferente’.
Há relações que não conseguem sobreviver a certas desilusões e há outras em que, apesar de sobreviver, muda tudo e não há maneira de voltar ao que era.

No meu caso, a desilusão acaba por ser um sentimento tão forte e tão realista, que se traduz num acordar para a vida. É como se fosse uma chamada de atenção para ver a realidade e deixar de ser tão sonhadora, é como se, de repente, me obrigassem a pôr os pés no chão ao mesmo tempo que destroem o sentimento bom que estava a ter até então. É a razão a sobrepor-se aos sentimentalistas crónicos. Para mim, o pior que me podem fazer é desiludir – é aí que deixo de acreditar na pessoa e deixo de lutar por ela, deixa de valer a pena sonhar por elas…

Já Alexander Pope dizia: “Feliz do homem que não espera nada, pois nunca terá desilusões.”

JD

domingo, 7 de junho de 2009

O que é a NEURA?


O estado de neura, para mim, é algo difícil de explicar. Posso tentar descrever como algo que se parece com a irritabilidade constante e a falta de paciência, mas três vez mais e pior do que habitual.
É um sentimento quase inevitável com que acordamos e, muitas das vezes, com que nos deitamos, ou seja, é um-dia-inteiro-de-neura.
A origem deste estado, normalmente é mínima, quase inexistente (de tal forma que às vezes nem sabemos bem qual foi a origem) e sem resolução, ou seja, a cura basicamente resume-se a esperar que passe…
Aconselho o seguinte, a todos o que têm tendência de se cruzarem comigo num dia destes: Não me digam nada e… afastam-se. Qualquer coisa vai ser pretexto para me chatear e chatear a ‘vitima’. Tenho perfeita consciência que, nestes dias, farei tudo para irritar quem me rodeia. Não sei bem porquê, mas é algo quase inevitável e, pior, incontrolável. É como se esse estado de espírito se apoderasse de mim, como um fantasma ou algo parecido e eu não tenho qualquer controlo do que esse fantasma poderá fazer por mim! É como se usasse o meu corpo, mas para a maldade!
São estes os tais dias em que nem deveríamos sair de casa! Quem me dera ter a possibilidade de ficar em casa, de pijama vestido o dia todo, ficar a ver filme e a beber chá! Pois bem, mas, infelizmente, eu preciso e tenho de sair de casa… tenho de ir trabalhar e desculpem lá qualquer coisinha, se eu não conseguir esboçar o meu habitual sorriso! Afinal, somos todos seres humanos e todos nós temos os bons e maus dias… Tenham lá paciência, sim?

*

Hoje é dia de votações e basicamente penso isto: quero lá saber para o meu dever cívico!
Estou a trabalhar das 10H às 20H num centro comercial onde nem vejo a luz do dia, a aturar as mais caricatas pessoas que, particularmente neste dia, parece ser o Dia Mundial dos Estúpidos e todos eles saíram à rua! Ora, duvido que quem tenha de aturar gente estúpida o dia todo, tenha vontade em votar em seres mais estúpidos ainda!
Meu Deus, continuo a perguntar-me, vezes sem conta, o que faz esta gente toda num centro comercial quando nem a chover está? Meus amigos, estamos no Verão, vão passear para o parque com os filhos, vão para a esplanada beber uma imperial e comer caracóis, vão para Belém espreitar o Rio… Tantos programas tão mais interessantes… não percebo mesmo!

Melhores dias virão, certo?

JD