domingo, 16 de setembro de 2012

Memórias

Meus amigos, voltei à carga com os tesourinhos deprimentes… Estava aqui a falar com uma amiga da minha geração e apercebemo-nos como a nossa infância foi feliz  Vocês lembram-se do jogo de saltar à corda? E do pião? E o jogo do elástico? São realmente jogos criados por quem teria poucos recursos financeiros e, apenas com uma corda se conseguia entreter uma criança durante horas, ao ar livre. Penso nisto e vivo contente por ter crescido numa altura em que ainda se poderia brincar na rua (no meu caso, a maior das brincadeiras foi no pátio da casa da minha ama). Lembro-me bem de fazer corridas até ao portão verde para ver quem chegava mais rápido. Às vezes, só com uma bola de ténis a bater na parede, consigamos fazer jogos a cantarolar. Foi muito bom viver nesse tempos em que ainda não eramos assolados com 7 canais de desenhos animados 24H por dia. Para podermos ver os desenhos animados, teríamos de acordar cedo, ou então pela hora do lanche… e pronto, era o suficiente porque depois queria era ir para o pátio brincar! Foi muito bom viver no tempo em que, como não havia dinheiro para as roupas das bonecas, sentada ao lado da minha ama, aprendi a fazer as roupinhas para as bonecas, aprender a coser botões em modo de brincadeirinha. Foi bom viver no tempo em que não havia computadores, facebooks, WII’s e outras consolas , pelo que restava a nossa imaginação para criarmos as nossas próprias brincadeiras, onde estimulava a criatividade. Tínhamos menos traquitanas, e, por isso mesmo, tínhamos de estimar bem os jogos e os bonecos para durar mais um ano. Não se podia perder uma peça, senão estragávamos o jogo! Hoje em dia, quantos são os jogos inutilizados porque se perdem as peças? “Deixa la filha que pelo Natal compro-te outro”… O que ouvíamos na altura era: “Não estragues o jogo, porque a mãe não te pode comprar outro”. E assim ficávamos com a noção que as coisas não nos caiam do céu, que haviam sacrifícios para ter certas coisas, que não podíamos ter tudo o que queríamos e, às vezes, até tínhamos de escolher entre o nenuco ou a barbie! E quem não se lembra dos “pega-monstros”, dos “pin y pons”, dos livros da Anita, dos “quantos-queres” feito em papel, do “quem é quem” e do “tragabolas”, do “mastermind” e da batalha naval, o jogo do macaco e o cubo mágico? Até breve! JD