Há situações e pessoas que nos levam a acreditar em certas supostas realidades. Chegam mesmo a fazer promessas, e até nos conseguem convencer de que é mesmo verdade tudo aquilo que nos dizem.
No entanto, mais tarde ou mais cedo, há sempre aquele ponto de ruptura, aquele dia, aquela situação específica que nos faz pensar: “será que é mesmo verdade? E todas as promessas são mesmo sentidas?”. Nessa altura, entramos num estado de desencantamento, de desengano e depois instala-se a dúvida… A dúvida de tudo o que foi dito, de tudo o que foi feito. Depois da dúvida, que por si só é já um sentimento bastante destrutivo, vem o sentimento de desilusão.
A desilusão é um sentimento de tristeza, pior, de certa impotência, como já não estivesse nas nossas mãos, do género ‘o mal já está feito e agora não há mais nada que me faça voltar a pensar de forma diferente’.
Há relações que não conseguem sobreviver a certas desilusões e há outras em que, apesar de sobreviver, muda tudo e não há maneira de voltar ao que era.
No meu caso, a desilusão acaba por ser um sentimento tão forte e tão realista, que se traduz num acordar para a vida. É como se fosse uma chamada de atenção para ver a realidade e deixar de ser tão sonhadora, é como se, de repente, me obrigassem a pôr os pés no chão ao mesmo tempo que destroem o sentimento bom que estava a ter até então. É a razão a sobrepor-se aos sentimentalistas crónicos. Para mim, o pior que me podem fazer é desiludir – é aí que deixo de acreditar na pessoa e deixo de lutar por ela, deixa de valer a pena sonhar por elas…
Já Alexander Pope dizia: “Feliz do homem que não espera nada, pois nunca terá desilusões.”
JD
Há 11 horas