domingo, 29 de junho de 2008

Os Cognomes

Desde à muitos e muitos séculos atrás, tornou-se um hábito dar cognomes aos reis de Portugal e arredores. Inicialmente, o cognome era o terceiro nome com que os cidadãos romanos eram conhecidos. Não sei ao certo como tudo evoluiu, mas ainda hoje em dia são ultilizados cognomes, apesar de se lhe dar outro nome, mais conhecido por alcunhas. O ponto em comum que possa existir entre a alcunha e o cognome é que, já no tempo dos romanos, muitas das pessoas eram conhecidas só pelo seu cognome. O mesmo acontece com as alcunhas.

De certo modo, até estou muito contente por esta evolução dos tempos: detestaria ser conhecida pelo meu terceiro nome, o que não faz nenhum sentido, já que tenho um primeiro e um último nome engraçadito (para quê estragar a reputação?). Assim como assim, até preferia que me continuassem a chamar Joaninha, como têm feito até hoje.

Joaninha não é um alcunha, é um diminutivo, e reparando bem, durante toda a minha vivência escolar, nunca tive uma alcunha. Fui sempre conhecida pela Joaninha... De tal forma que até já me habituei e estou convecida que irei chegar aos 30 anos com certas pessoas a chamarem-me Joaninha. No entanto, só mais recentemente é que consegui ter uma alcunha válida, aliás, duas (não as divulgarei por amor-próprio e bom senso, claro).

Bom, esta conversa toda surge porque hoje, numa interessante conversa telefónica, surge uma certa curiosidade em relembrar o cognome de dois dos nossos reis de Portugal:

- O primeiro assinalou o inicio da 2ª Dinastia – a de Avis – e assinou um dos tratados mais importantes para Portugal, assegurando o inicio de uma das ligações que se têm mantendo (apesar dos diferentes moldes), até aos nossos dias, o Tratado Luso-britanico de Windsor. Foi um reinado marcado por enormes renovações, e deixou a todos a Boa Memória de um bom reinado. D. João I, O da Boa Memória.

- O segundo, foi o grande explorador da era das descobertas e dedicou grande parte do seu reinado à politica da exploração atlântica. Foi no seu reinado que os Descobrimentos Portugueses tiveram maior relevância, tornando-se no perido de maior importância para Portugal. D. João II, O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o Poder.

Também eu conheço o João I e o João II. A comédia das cuincidências é que, até mesmo passado séculos, mesmo depois dos cognomes passarem a ser conhecidos como alcunhas, os cognomes/alcunhas continuam válidos para os Joãos que conheço: o João I é o da Boa Memória, porque “deixou a todos a Boa Memória de um bom reinado”; o João II é o Principe Perfeito, “pela forma com exerceu o seu poder”.

Se quisermos ir ao extremo da divina comédia, também temos uma Joana I! Só que a rainha Joana I - considerada muito bela e inteligente -, não foi rainha de Portugal, mas sim de Castela. O cognome dela era... a Louca.

Vai-se lá perceber estas coisas...

3 comentários:

Anónimo disse...

Caramba! Isto tudo saiu da "interessante conversa telefónica"? Quando a Abreu te apresentar a conta, mostra-lhes o teu escrito. Vale mais isto do que vender uma viagem! ;)

JJ disse...

as vezes tenho saudades do tempo dos reis... era bem diferente.
curtia, ate porque nessa altura andava-se a cavalo, havia mais espaços verdes.

nice post by the way, ve-se que és uma pessoa com cultura.

:)

[]

JJ

Tiago Ladeira disse...

Não consigo parar de vomitar desde que li isto.

(No século XXI ainda faz sentido alguém ser demasiadamente cobarde para se auto-denominar anónimo!?)