segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Livro Cor-de-Rosa

Um dia vou escrever um livro cor-de-rosa, bem ao estilo da Rita Ferro ou da Margarida Rebelo Pinto! Este livro, teria de ter um título bastante sugestivo que ilustraria parte da minha vida, cuja capa teria esta pequenita pergunta sobre uma cor irritantemente vermelha: “Porque é que nos apaixonamos sempre pelas pessoas erradas?”.
O conteúdo do livro seria simples: o retrato das minhas falhadas e tristes relações, personificadas numa personagem imaginária e com intervenientes imaginários… (qualquer semelhança com a realidade não é pura coincidência!)

Aqui, e para dar um cheirinho do que poderá vir a ser um best seller, a personagem principal – a quem irei chamar Raquel para tornar este devaneio mais fácil aos leitores – salta de relação em relação: primeiro conhece um famosíssimo engenheiro, já com alguma idade, algo experiente (não sei bem em quê), e com um filho de 8 anos, mas que tem uma eterna paixão pela sua ex-mulher e uma mágoa muito grande por ter deitado para o lixo um casamento que lhe dava todo o conforto de uma vida familiar estável. Na sua máxima frustração, procura encontrar nas moças mais jovens, as únicas ingénuas que ele ainda consegue captar a atenção com o seu cativante discurso, a estabilidade emocional que não encontrou no seu antigo casamento.
Depois do engenheiro ter chegado à conclusão de que a Raquel, bem como todas as outras miúdas que lhe seguiram, não lhe satisfaziam o intelecto, lá teve a “nossa” querida Raquel partir para outra!
Segue-se o grande amigo de infância, que, apesar de nunca terem a coragem de assumir qualquer sentimento para além da amizade, o envolvimento é inevitável. Neste caso o problema é que o amigo é muito novo para assumir qualquer relacionamento mais sério e quer é “curtir a vida”, mas sempre mantendo a esperança num futuro mais colorido e a porta aberta a futuros desenvolvimentos.
No fim, vem o informático que é a paixão da vida dela! É exactamente neste ponto que Raquel se desgraça completamente, porque apaixona-se por um rapaz que acabou uma relação de vários anos, bastante complexa e complicada, e que não se sente nada preparado em se prender com novas namoradas… No entanto, desta vez Raquel não consegue desligar-se ou partir para outra, tal é o forte sentimento que nutre pelo informático!
E eis que, no clímax do livro, acontece algo trágico com a nossa personagem principal (nestes livros, tem sempre de haver um “quê” de tragédia): ou entra em depressão e tenta suicidar-se, ou tem um acidente qualquer de automóvel, ou tem uma doença qualquer e tem pouco tempo de vida!
E assim se resume a maioria dos livros cor-de-rosa em que o que muda são os nomes dos personagens e as suas profissões. De resto é tudo a mesmíssima coisa!

Falando da referenciada Margarida Rebelo Pinto, de que (e sublinho) nunca li nenhum livro, posso dizer que não há tipo de escritores mais chatos do que esses dos livros cor-de-rosa e de que a Margarida Rebelo Pinto faz parte!
Rotulada como escritora light, acusada de plágio e de ter deficiências graves como escritora, a questão é que é uma das escritoras mais lidas deste nosso país e com livros publicados já em todo o Mundo! Será isto a tradução da preguiça que tanto caracteriza os hábitos de leitura dos portugueses? Afinal de contas, ela até escreveu um livro intitulado “I'm in love with a Pop Star”! É ou não é trágico?

De qualquer forma, gostando ou não desta escritora, descobri um excerto de um texto dela que, apesar de não traduzir a fase que estou a passar agora, não deixa de ser curioso e dar que pensar se a mudança é mesmo uma coisa positiva (ainda acredito que sim):

“Não devia estar no meu perfeito juízo quando decidi mudar de casa, mas quando a vida não nos deixa mudar o que mais queremos, vingamo-nos dela e inventamos logo mudanças que só nos vão encher os dias de tarefas inglórias perante as quais arregaçamos os braços da vontade e conseguimos esquecer o que era mesmo importante.”


Boas Leituras, Beijos & Abraços
JD

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